Celina Leão protesta e arquivos deletados do gabinete de Liliane Roriz são recuperados
Desde a tarde de terça-feira (30), que o assunto na Câmara Legislativa foi o desaparecimento dos arquivos que estavam nas pastas de servidores da vice-presidência da Câmara Legislativa do DF (CLDF), ocorrido tão logo a então vice-presidente da Casa, deputada Liliane Roriz, ter exonerado servidores do gabinete.
A deputada Celina Leão condenou e não aceitou o sumiço do material. Para tanto, ocupou a tribuna do plenário, nesta quarta-feira (31), para demonstrar sua indignação em relação ao episódio. Foram deletados 300 megas de informação, quatro dias antes da Operação Drácon, realizada no dia 18 de agosto, que levou a promotores e a Polícia Civil a cumprir mandados de busca e apreensão na CLDF.
Celina Leão protestou mas mostrou provas que embasaram sua denúncia. “A verdade sempre aparece. E isso que aconteceu é muito grave”, disse ela ao iniciar seu discurso, apresentando o Ato da Mesa nº 10, de 2003, em que demonstra que a Coordenadoria de Modernização de Informática (CMI) é de competência da vice-presidência. “A deputada Liliane Roriz mais uma vez mente. Em uma nova tentativa desesperada de mudar o foco das investigações e desmoralizar a CLDF ela se enrola nas próprias mentiras. Mentiu ao editar os áudios, segundo suas vontades e intenções. Agora mente ao denunciar suposta ‘queima de arquivo’ na vice-presidência da Casa”, repetiu Celina. E completou: “É uma mentirosa compulsiva e contumaz. Todos os acessos às redes e computadores da Casa são feitos mediamente login e senha pessoal. Portanto, somente o servidor tem acesso aos seus arquivos, computadores e pastas. Se os arquivos sumiram a responsabilidade é dela, dos servidores dela. Já foram solicitadas investigações. Confio plenamente na capacidade e competência dos servidores da Câmara. As denúncias são extremamente graves e precisam ser esclarecidas o mais rápido possível”, enfatizou a parlamentar poucas horas antes do setor de informática anunciar que os arquivos haviam sido restaurados.
Celina ressaltou que quem teria acesso às pastas seria a própria Coordenação de Informática, subordinada à vice-presidência. “Ela [deputada Liliane Roriz] tem de se explicar duplamente: Dizer porque os funcionários do gabinete ou os servidores da CMI apagaram os arquivos. Nós enviamos toda a documentação para o Ministério Público e estou abrindo uma sindicância para averiguar as circunstâncias do desaparecimento dos arquivos. Um ato como este deixa um rastro enorme e mais uma vez vêm falsas alegações”, sublinhou Celina.
Recuperados os arquivos, as investigações seguem para descobrir quem seria o autor da exclusão dos arquivos das pastas. Celina rebate: “Quem teria poder de mexer em um sistema como este somente seria quem tem login e a senha. Mas o acesso aos documentos poderia ser feito de qualquer computador da Casa”, avalia. “A deputada tem muito o que explicar sobre o sumiço dos seus arquivos”, garante Celina.
Curiosamente, dois dias depois da divulgação dos áudios, ocorrida em 17 de agosto, Liliane pediu a exoneração do coordenador de Modernização e Informática (CMI), Frederico de Queiroz Reis, que é indicação da própria Liliane Roriz. Hoje, quem está à frente do setor como coordenadora é uma funcionária de carreira.
Ascom da deputada Celina Leão
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