Vice-governadora participou do VC+Determinada, promovido pela Casa Militar, com as comandantes da PM e do Corpo de Bombeiros, coronéis Ana Paula Habka e Mônica Miranda
“Não basta ser mulher para estar em cargo de chefia. É ser mulher e o que você representa”, define a vice-governadora Celina Leão. Ela participou do VC+Determinada, bate-papo promovido pela Casa Militar com o mais alto escalão feminino do GDF. O evento foi transmitido ao vivo, nesta sexta-feira (22), pelo canal do YouTube da Agência Brasília.
A vice-governadora Celina Leão participou do programa apresentado pela tenente-coronel Conceição Muniz acompanhada pelas comandantes da Polícia Militar do DF, coronel Ana Paula Habka, e do Corpo de Bombeiros, coronel Mônica Miranda | Foto: George Gianni/VGDF
Ao lado de Celina, participaram da conversa as comandantes da Polícia Militar do DF, coronel Ana Paula Habka, e do Corpo de Bombeiros, coronel Mônica Miranda. O programa é apresentado pela tenente-coronel Conceição Muniz. Em comum, histórias de muita determinação para romper barreiras históricas e garantir a presença da mulher em cargos de comando.
“É um desafio para as mulheres estarem na política. É um ambiente muito fechado, muito machista. Se não tiver uma estrutura emocional forte, você sofre muito. As mulheres não são convidadas a participar nem acolhidas como deveriam ser”, avalia a vice-governadora.
Por isso, ela observa que sua atuação quebrou muitas muralhas. “Consegui uma coisa muito importante que é ser olhada com igualdade. Isso me levou aos altos cargos: fui presidente da Câmara Legislativa do DF, da bancada feminina na Câmara dos Deputados. A mulher melhora a qualidade da política”, afirma.
Ela conta que a mãe, Maria Célia Leão, foi a grande inspiração dela e abriu caminho para inúmeras outras mulheres. Foi a primeira mulher a se desquitar no estado de Goiás, quando ainda não havia o divórcio e sempre foi uma militante pela causa feminina. E Celina a acompanhava atentamente desde criança.
Mesmos desafios de qualquer comandante
Na corporação desde 1994, a coronel Ana Paula afirma se sentir uma mulher completa, que aproveitou todas as oportunidades que encontrou. Ela observa que, no início, as mulheres ingressaram na corporação “para humanizar”. Na época em que a atual comandante chegou na PMDF, as mulheres não podiam assumir o cargo mais alto da corporação. O posto mais alto era de capitã.
Ela lembra que quando fez o curso especializado, era a única mulher e que seu comandante à época a orientou a comprar velas e rezar.
“Eu fiz isso, mas também fui para a musculação para me preparar, chegava mais cedo para correr. Acredito que, onde a mulher entra, ela faz bem feito e é comprometida”, avalia.
A comandante ressalta que não há concorrência com os homens, mas se trata de apoio mútuo: “como é necessária em uma guarnição composta por homens e mulheres”.
“Meus desafios são como de qualquer outro comandante geral. Mas vejo que as mulheres se cobram mais para conseguir. Mas eu comando para 100%. Quero cuidar dos 10.150 policiais militares de todos os veteranos também”, reforça.
Do estágio ao comando
A coronel Mônica, comandante do Corpo de Bombeiros, observa que as mulheres sempre tiveram que lutar por condições que as permitissem servir, como ter banheiros, alojamentos ou equipamentos que se adequassem ao corpo delas.
Quando chegou à corporação, sequer havia a previsão para que as poucas mulheres pudessem acompanhar os filhos ao médico. Por isso, ela afirma que é uma vitória ter implantado a Ouvidoria da Mulher, o Conselho das Mulheres na Segurança e a aprovação do regulamento de maternidade da corporação.
A coronel foi de estagiária ao mais alto cargo e, junto com as outras cinco mulheres da sua turma, “todas as vezes que falavam que não daríamos conta, nós íamos lá e fazíamos.”
“Foram muito ‘nãos, seu lugar não é aqui’, mas conseguimos. E o coronelato também foi uma luta. Hoje, temos não apenas a comandante. Graças a senhora, temos as comandantes, segunda-comandante”, disse ao se referir ao trabalho realizado por Celina Leão. “Tenho uma dívida de gratidão não por ser questão de gênero, mas por ter nos dado o devido respeito”, finaliza.
Por: Agência Brasília
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